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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Pulsar Aflito

Acalma-te coração, por que então, bates assim, acelerado e intranquilo?
Não sabes tu que as luzes vão se apagar e amanhã tornarão a acender-se
Que o motivo de teu acelerar voa longe como faz a águia a cortar os céus
Como podes desafiar-me a cada batida ao recordar um velho sonho?

Silencia-te coração, não me traga a boca o gosto amargo da saudade que me assola
Sozinho estou, perdido entre pensamentos, cores inexistentes e brilhos opacos
Entre os gritos desesperados de minha alma vou desfalecendo lentamente
Minhas palavras esperam o momento certo de serem ouvidas, mas estão caladas, caladas e mortas...

Liberta-te coração, permita-me voar por entre os universos, na ligação das estrelas perdidas
E mais, muito mais perdido estou eu a navegar na tormenta de um oceano desconhecido
O que farei indago-me a cada instante, dia e noite, esta recordação maldita, infindável despedaça-me
Por que eu não consigo seguir sem carregar esta bagagem que não, não me pertence mais, não, não a mim

Sara-te coração, coloca no lugar a minha vida, que a cada minuto bate num ritmo sem ritmo, ao contrário
Mas, se assim permaneces consumindo-me com teu pulsar aflito, será bem melhor que pares logo
Prefiro, então a morte fria e dura, eterna e sombria a ter que viver essa falta, suportar essa falta, um vazio tão estranho a minha natureza
Não quero ver do dia nascer, me trazendo esse amor, sufocando-me o qual a noite nunca leva

Ana Maria