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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Paraíso

Quero ser a poesia em teu corpo esculturada
Adormecer entre os pecados de te ter tão perto
Cobrir-me da suavidade do teu olhar tranquilo
Amar-te e somente amar-te, sem dolo a nós

Liberar a euforia do toque das mãos
Na ânsia dos lábios em se encontrar
Dançar ao som da nossa música
Navegando na liberdade de poder gostar

Perder-se, então sem precisar se encontrar
No pulsar apressado do teu peito, eis meu forte
Paraíso perfeito, teu sorriso ao fim do meu beijo
Quero estar em ti, dependência sublime paixão

O perfeito encantamento, glória do nosso tempo
Estarás em mim, teu suave encanto leva-me mais...
Toda dor desfaz-se sutilmente, elevo-me ao céu
Efêmeros momentos inebriantes, assim me dou vida

Ana Maria

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Absolvição

Meu coração agora mais aliviado pode pulsar em sintonia
Tua imagem permanece no descuido de um pensamento
Mas, sei que é impossível te encontrar sem voltar ferido
Sorrio vendo nos braços do amanhecer toda escuridão findar

Roubo de mim uma novidade de palavra para te dar
Julgo-me insano ao te propor, este novo encontro
Sabe meu bem, eu queria saber onde ficamos
Culpo o tempo por levar de nós o que devíamos viver

Não vou tentar ir embora desta vez, estou aturdido
Vejo você caminhando entre vales e sombras
Eu te busco incessantemente, tenho medo de me perder
Para onde olho só vejo o desconexo e todas as vozes

Às vezes eu não sei o que dizer e o silêncio me impacienta
Passeio pelas palavras, elevo-me ao espaço, perdeu-se o sentido?
E quando calo, as palavras gritam, mudas, frias querem liberdade
Não sei onde estás e todas as cores, vão iluminar, mais um dia se foi

Ana Maria

Soneto da Separação


De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama
De repente não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo, distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente

Soneto de Fidelidade


De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.



Vinícius de Moraes


Lindo e inspirador.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Clarice

"...Que minha solidão me sirva de companhia.
que eu tenha a coragem de me enfrentar.
que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo."

Há Momentos

Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.

O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.

A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre.


Clarice Lispector

Aquarela da Solidão

Com sofreguidão meus olhos percorrem o silêncio sem fim
Desisto até de pensar e por um instante fujo de mim
Os pesadelos incandescentes mastigam a noite, monstros são liberados
Às vezes, a dor me é um afago, eu os mantenho bem alimentados

Veja-me nas esquinas, meu sorriso zombador dos cortes ensanguentados
Não sei como posso estar indolor, anestesiado de amores inesperados
Os dissabores me atacam já não sinto o tamanho desta dor, apenas passo
Caminho tranquilamente e, sim, eu consigo dormir, ausente deste laço

Posso ver-te e sem motivos desfazer meu coração num só momento
Jamais é um abismo me aguardando o desequilibrar de mais um desalento
Me falta o ar ao imaginar, tuas mãos tateando as nuvens tão azuis quanto o céu
Penso que a minha falta sanada já não pode ser, e os meu versos ao léu

Aleatoriamente as luzes param de brilhar, é tão claro que não posso ver
Minhas mãos tremulando chego a janela, terminei de te escrever aquela carta
O vento carregou minhas palavras ao longe, rasguei tua carta e a minha última chance
Só me resta agora te perder, sem ter que recuperar, só me resta esquecer, sem precisar encontrar

Ana Maria

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Pensamento

Hoje estive em tom reflexivo, pensando sobre o amor...

E como escreveu Luiz Vaz de Camões:

"Amor é um fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente..."

"O amor é cego." já diz o dito popular.

Em uma de suas canções dizia Cazuza:

"O teu amor é uma mentira que a minha vaidade quer,
E o meu poesia de cego você não pode ver."

Já dizia Clarice Lispector: 

"O amor é tão mais fatal do que eu havia pensado, o amor é tão mais inerente quanto a própria carência, e nós somos garantidos por uma necessidade que se renovará continuamente. O amor já está, está sempre. Falta apenas o golpe da graça - que se chama paixão."

Todas as canções falam perfeitamente do amor e, sim ele é eterno. Renova-se a cada dia. Acompanha aqueles que o sabem levar. Os poetas em todo o tempo nos fazem sentir o amor mesmo sem nunca ter amado com a beleza e leveza de suas palavras, tiram emoções das palavras, cada um com sua profundidade... sentimos as dores sem ferida alguma nos molestar, alegrias e um mergulho perfeito nas águas do sentir. Me pego indo a outro universo quando leio as intensas emoções escritas à mão. Finalizando, aqui está uma das minhas definições de amor:


"O amor,eis aí, algo que jamais traduzir-se-à em algumas palavras, o amor é calor e tempestade é a força que move a vida pra frente, é o ar que respiramos, um pássaro cantando, o amor é a vida pulsante..."

Ana Maria

"Clarice"

É que escrever é um modo solitário, solitário de um modo diferente de solidão." Clarice Lispector