Powered By Blogger

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Aquarela da Solidão

Com sofreguidão meus olhos percorrem o silêncio sem fim
Desisto até de pensar e por um instante fujo de mim
Os pesadelos incandescentes mastigam a noite, monstros são liberados
Às vezes, a dor me é um afago, eu os mantenho bem alimentados

Veja-me nas esquinas, meu sorriso zombador dos cortes ensanguentados
Não sei como posso estar indolor, anestesiado de amores inesperados
Os dissabores me atacam já não sinto o tamanho desta dor, apenas passo
Caminho tranquilamente e, sim, eu consigo dormir, ausente deste laço

Posso ver-te e sem motivos desfazer meu coração num só momento
Jamais é um abismo me aguardando o desequilibrar de mais um desalento
Me falta o ar ao imaginar, tuas mãos tateando as nuvens tão azuis quanto o céu
Penso que a minha falta sanada já não pode ser, e os meu versos ao léu

Aleatoriamente as luzes param de brilhar, é tão claro que não posso ver
Minhas mãos tremulando chego a janela, terminei de te escrever aquela carta
O vento carregou minhas palavras ao longe, rasguei tua carta e a minha última chance
Só me resta agora te perder, sem ter que recuperar, só me resta esquecer, sem precisar encontrar

Ana Maria

Nenhum comentário:

Postar um comentário