Os dias se passam apressados, famintos
Corro os dedos sobre luzes escondidas
Nada, não há nada além dos cortes profundos
As muitas águas tentam me afogar, mas ainda posso respirar
Eu mal posso ver a estrada, tudo parece que já morreu
Tantas cores eu tento pintar de cada escultura que um dia fiz
Junto as sobras do meu eu em tantos cacos
Procuro a vida, escondo até de mim a dor em fortes sorrisos
Às vezes eu não sei pra onde ir, me vejo em silêncio
Cultivo flores, mas elas não vingam porquê?
O corpo pede mais um descanso, a dor me persegue enquanto durmo
Procuro a paz, mas ela quase não me toca
Do sangue um clamor profundo, não consigo continuar
Mais uma vez amanhece, o ânimo se vai, respiro
Tomo o mesmo rumo, lembro-me que pessoas me esperam do outro lado da linha
Penso nos motivos de viver, fecho os olhos tento sentir a vida
Como é difícil, como é difícil, mas porque é tão difícil?
Um pouco de alívio, uma história, uma visão
Dentre tantos caminhos nunca foi tão estranho viver
Desaparecer, cair, desperdiçar, introspecção
Quero estar em mim, me reconectar comigo mesmo
Recomeçar...
Ana Maria Vieira
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