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terça-feira, 22 de maio de 2012

Flores e Desejos




Deixo solto, suave como a brisa do mar
Não há nada a esconder nesse meu jogo indeciso
A sorte de viver em paz, a paz que eu preciso
Vejo teu olhos entre as cicatrizes da solidão
Devo chorar, ou fingir que não os vejo?

A lua corta as ondas dos céus e me surpreende
Será que eu devo sonhar, ou esquecer?
Se o caminho fosse apenas flores e desejos, talvez...
Não resta nada que não esteja escondido e impreciso

É um medo, recolhimento das cinzas ilusórias dos sentimentos
Não é meu, não é teu, de onde vem e de que serve, jamais se explicará
Estou vivo, sem volta e sem destino, pensando que talvez eu não possa...
Já se foi o tempo que eu me curava aos prantos na escuridão da minha alma

Acendo a luz ou o rádio tudo diz exatamente o que eu imaginava
Que universo é este? Passei a vivê-lo sem saber onde acaba a viagem
Extasiado, coração mais que acelerado nos impulsos e reflexos
Um pouco de água pode sanar minha ânsia de viver e chegar, mais um pouco

Será que você sabe como me sinto? É idiotice pensar assim, nunca saberás
Que tipo de egoísmo é esse? Todos precisam seguir a sua vida e deixar é uma ordem...
Mas não há como parar a correnteza, ela correrá pelo mesmo caminho todos os dias
Na intensidade da dor, ou da esperança, no sentido do amor, ou das lágrimas

Ana Maria

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