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quarta-feira, 2 de maio de 2012

Poesia Sem Lar

Hoje acordei mais próximo do passado
Mistura de lágrimas e sol fervilhante
Flores solitárias, sonhos fluorescentes
Cansado à sombra do teu sorriso me desalinho

Pensarás tu em mim? Nas desalegrias do meu riso
No riacho que sangra dia a dia, pensamento afora
Esta não é mais uma poesia sem lar, sem luz
É o reflexo da minha busca incessante por vida

De tudo que posso te contar nada se conta
Por onde andarás tu? Refaço teus roteiros, insucesso...
Me compreenderás tu? Na solidão do azul do céu me perco
O que preciso dizer? Se nada na vida me causou maior encantamento

Escreverei uma carta extensa pra ver se sentirás minhas palavras
Tudo tão claro e no escuro do meu quarto me sufoco
A liberdade vigiada, meus passos incoerentes, errantes
Eu vou te tocar voando tão alto que não poderás me alcançar

Eu sei que posso ir mais longe, eu sei que eu posso
Vencendo as ilusões ao amanhecer seguro o universo
É tão cedo pra cantar que eu não vou sentir
Coloque uma verdade no nosso diálogo

A vida, a vida, é a vida me julgando, me contorcendo
Quero saber se és forte- Ela me diz. Tua carne suporta?
Joga-me cortes incuráveis, recuso-me a sentir que a dor está próxima
Talvez uma palavra tua, talvez teu silêncio, ou eu caminhando em linha reta


Ana Maria




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