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domingo, 16 de novembro de 2014

Domínio



Falo do amor como se balbuciasse algo mais
Nada mais que o nome teu é o que me vem
Alegria e contos de fadas amuados no livro
O despertar de outro dia nos meus sapatos

Corre a lida vida a fora e a paz é o silêncio
Um instante, um risco caio na porta de outro dia
Começou o fim de nada do que nunca será
As perguntas circundam a minha mente a noite toda

Sim, a noite é um inferno às vezes, melhor que fosse inverno
Eu teria nuvens brancas pra me inspirar e muita chuva pra levar a sede
A saudade, a tornei tão indolor que transpassa meu corpo
Torno-me insensível, mas não insensato, jamais!

Ana Maria Vieira


Discurso da ternura

Eu sonhei com pétalas reveladas em puro sangue vivo
Eu vi o desespero das asas sem o vento
As cores mórbidas da saudade dolorida
A face inversa da colônia de disfarces
Folhas sinuosas, paralisadas e retrógradas
Sonhei com a vida desprezada pelo vão
A corrente do mal lavar o contínuo
Eu vi a cálida alternativa bradar no escuro
O gosto do segredo morto e da infelicidade do jato-eminente-cortante
A perseguição do caro possível de eliminar
A via esquecida e enferrujada esperança
O bom estopim controlado da garganta intumescida
A queda do oposto ser mais um descontrolado da questão
A porta aberta do farto nada ter a ver
Sonhei com o lacrimejamento de outubro e o março despedaçado pelo fim da misericórdia
As luvas sairão da opção de desnudar-se das feridas
Tenha-me por fraco ou desnaturalizado, mas eu sonhei e eu vi a sua vida despertar
Dê-me os meus concertos que eu vou me acabar

Ana Maria Vieira


sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Na onda e na veia




















Saio por aí sempre carregando as bagagens do meu destino
Dentro da bolsa um pouco de água e um foco de luz
O caminho é longo, as pedras são muitas a falta e o respiro
Sem perceber você vai junto das minhas coisas...

Na tinta da caneta, na borracha e no meu livro preferido
No perfume, na casa e na minha dieta louca( por que não?)
No lugar ao meu lado, na paz e ainda mais no tormento
No fogo e na fumaça, no meu desejo mais intenso

No carro ao meu lado, na dor e na escuridão
No olhar desconhecido, nas folhas e no portão(por que não?)
Nas minhas unhas vermelhas, nos raios do sol e na solidão
Na curva, na sala, e no inverno infernal do exterior

Nos meus olhos, na canção esquecida e na paz burlada
No dia febril, nas horas vagas e na lentidão das horas(por que não?)
No meu cansaço, na música e na propagação dos ventos
Na eletricidade, na química e nas retas que se cruzam

No indolor começar, no término e no reinício
Na línguas, no silêncio e fora de mim(por que não?)
No coração, na mente e nas ações perdidas
No lugar mais propício, na onda e na veia 
Lá, onde você está é bem mais perto do que possa imaginar

Ana Maria Vieira

domingo, 12 de outubro de 2014

Tempo

Eu gosto quando dá 22:00 horas, sinto uma ausência mínima
Amo a terça-feira às 19:00 horas, estou retornando e logo chegarei
Às 16 horas, o vento me traz a boa sensação do dever cumprido
Amanhã às 7:00 horas estou desperto no longo caminho do fazer

Daqui a 3 dias, se tudo cooperar verei uma boa e velha amizade
Em um mês farei uma viagem e estarei longe das mazelas da vida
Meia noite repousarei nas minhas ideias frenéticas de um novo mundo
Às 14:00 horas, terei uma nova música pra cantar, outro destino

Na segunda, às 15:00 horas me encontro com os melhores livros
Caio no universo das palavras e dos mais belos hinos é quase noite
Às 20:00 horas eu descanso um pouco, ouço o meu coração e saio
Nunca foge-me o tempo e cabe a mim fazê-lo um sonho ainda mais real


Ana Maria Vieira



domingo, 28 de setembro de 2014

Silêncio



Eu não retornarei ao vale, ao rio das grandes emoções
Não mais te verei, tenho certeza que tudo irá bem
Os dias são um pouco mais longos, e eu os preencho
As noites cansativas e chatas passarão sem vestígios deixar

Sei que terei chances, ao deixar que o silêncio domine
Em minhas breves palavras habitarei o teu ser por um instante
Serei teus olhos e ouvidos, cantarei as minhas palavras, em ti somente
O amanhecer é um poço de indagações e as certezas desistem de mim

Finalmente eu chego no meu lar mais tranquilo e fácil
Sensações me dominam, preciso sair, as luzes se apagam
É do fim que se vê o começo, a saída é o recomeço
Pus meu rosto nas páginas dos meus segredos e me revelei


Ana Maria

Flores




De tudo que fiz em nada quero arrependimento
Quero viver e saber que eu vivi, vivi, vivi meu momento
Sair, respirar e ter certeza de que o melhor ainda virá
Lembrar apenas do que faz bem, caminhar e nunca parar

Abandonar as velhas lágrimas que lembram a dor
Ah! Ouvir meu coração e saber que vou encontrar amor
Um caminho longo e distante, dia após dia incertezas
Fecho os olhos, vejo um mundo fantasioso, cheio de belezas

Que as minhas lembranças não se apaguem, doces
A morte não carregue a paz que foi semeada, fases
Outra vez a luz parece dar lugar a escuridão mais profunda
Então eu vou outra vez ainda que não veja sentido

Ana Maria

domingo, 21 de setembro de 2014

Deuses




Verdes folhas e as aves cantavam ainda mais felizes
Estar com você não era mais um sonho as luzes nos circundavam
Saio e pelas ruas casais celebram a nova vida de um amor
Sorrio, vejo nós dois a alegria da chegada, paz, presença

O céu tão límpido, azul perfeito o sol me aquece, assim eu vou
O universo apenas nós, tudo deixa de existir, somos deuses
Do pó da lembrança desprende-se ileso, vivo e eficaz
Fecho os olhos, um minuto estou no mais preciso real

Amanhã as dores deixarão de existir encontrarei o caminho
Meu coração e o teu confundem-se nas apressadas batidas
Corpos na perfeita sintonia do amor, repentino e inacreditável
És meu lugar seguro posso respirar, viver a liberdade

A saudade me consome a cada dia e o silêncio me envolve
A noite estrelas me olham, talvez não me condenem
Os dias perdem-se em meio uma grande confusão
Verdadeiramente acho que eu sonhava enquanto vivia

Ana Maria Vieira

domingo, 14 de setembro de 2014

Presente

A noite chega na doce ternura de um pensar
Mil voltas no futuro o meu amor é casa
Alimento do presente eu te vejo perto
Nada irá apagar essa vida em meu peito

Há uma estrela pálida no céu de aurora
Não mais irei esquecer a tua imagem
Nem calar meu coração com súplicas
Deixo que o amor me encontre

Sem medo, nem dor ou desconfiança
Não vou embora e não quero salvação
A solidão me cura em meio a multidão
Não me preocupo os sonhos estão vivos


Ana Maria Vieira

Nova Vida

Tantas canções tocando em minha mente 
A luz nasce perante outro dia florescendo
Da janela ouço passos e não vejo ninguém
Mas me acostumei a evitar os olhos fechados

Os dias são rápidos e surpreendentes e vivos
As dores são inevitáveis eu posso acreditar
Há flores que podem viver entre as pedras
E a solidão faz o silêncio criar meu rumo

Nunca perco a esperança, os sonhos estão vivos
Logo colherei os bons frutos de uma nova vida
Será melhor que hoje e infinitamente maior
A paz faz-me ser mais forte, assim seguirei...

Ana Maria Vieira

domingo, 18 de maio de 2014

Amor Mecanico

Te ouço, te deixo e te cerco, amanhã saio cedo sem mais retrocesso
Na mesma cama durmo já não quero saber de mais nada
Te beijo, te olho e respondo loucamente a qualquer parada
Mas, é que eu sinto saudade de um amor antigo, coisa à toa

Te busco, me saio, te frequento vejo teus olhos sutis, intrigantes
Como vais será que ainda sei o nosso caminho de casa?
Questiono, esqueço, faço de conta que eu não ligo
Mas, é que eu sinto saudade de um lar antigo, portas abertas

Te esclareço, te ganho e me perco entre pedras e flores
Um sonho esquecido no baú das lembranças, como se foi?
Te ofereço meu amor, amor mecanico de cada dia 
Mas, é que eu sinto saudade e sei que não volta mais

Ana Maria Vieira

domingo, 12 de janeiro de 2014

Amor-Objeto

Corpos na intensidade se entrelaçam entre sabores e cores
Perdem-se na loucura de um momento, ligam-se, força
Um desejo,um segundo corpos inflamados pelo desejo
Satisfazem-se um do outro até estarem cheios, completos

Doce pecado, suspiros, fogo busca incessante 
O amanhã já não existe, até os céus se pode alcançar
Um só corpo, um só espírito, uma só respiração
Nenhuma promessa ou comprometimento, apenas hoje

Mente e corpo voltados apenas a um universo
Toques oscilando sutilmente até se tornarem força
Dores e desejos, movimento, corpo, respiração
Ligação eterna enquanto durar, nosso novo amor, Amor-Objeto


Ana Maria Vieira