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quinta-feira, 23 de junho de 2011

Palavras E Palavras

Já troquei milhões de vezes a caneta pelo pensamento, o papel pelo sonho
Eu quis abandonar cada verso, esses meus versos abatidos, arrítmicos, acéfalos
Sem início, nem fim, mas não pense que a dor não é eterna, não pense
Nem adianta lembrar daquilo que não se vive, das luzes apagadas

E que valor teriam minhas incompreensíveis palavras e para quem as escrevo?
Ao ligar o rádio, milhões de canções me encantam, revelam meus pensamentos
Com meus passos pesados e um corpo leve, quase sem alma, atiro longe as pedras do asfalto
Isso nunca foi o que sonhei pra mim, esse riso sem graça, essa cor sem cor, sem nada

Invenções tantas e quantas para passar o tempo sem fim
Não há nada a fazer, olhar as paredes alvas até que branco seja o pensamento da noite
Nem vale a pena chorar, molhar o jardim, afogar as flores esquecidas, ressequidas
Tantas palavras em vão, estrelas não vistas, a vida passando, escapando mundo a fora

Minhas palavras sem sentido, nem motivo iminente, ou aparente de existir
Todas são iguais, meu peito aperta, meu gosto é um gosto, desgosto, agosto sem fim
Eu moro pra lá do horizonte inimaginável de uma consciência intranquila
Essas palavras que merecem ser esquecidas, ou quem sabe nem lidas, ou vividas

Ana Maria

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