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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Deserto

Meus sonhos não são teus, não são apenas sonhos, fragmentos de uma vida
Teus sonhos são unicamente teus, teu gosto, teus desejos coisas de uma lida, da vida
Parte de um universo desconhecido na órbita de tantas invenções, tantas razões
Meu coração bate no ritmo de uma sinfonia infinita de emoções, quantas razões

Meus pensamentos ainda são teus, apenas pensamentos perdidos procurando uma direção
Teus pensamentos, viagem a infinitas estrelas cadentes sem condução, onde está a direção?
Hoje caminho tão devagar nesta estrada sem volta, sem revolta, meu deserto
Tu és a paisagem que meus olhos nunca esquecem, como pode ser? Sempre incerto, sempre deserto

Minha saudade, apenas detalhe de tudo que não pode ser, nada além disso será
Tua saudade, ondas do mar que nunca irão me alcançar, mar onde jamais irei mergulhar, não poderá, nunca será
Você em mim nada mais será que uma ilusão nas noites de desejo, nos dias em que mais sozinho me vejo
Vou bem assim, até que um dia tudo se esqueça, tudo se esclareça e a saída seja mais fácil que ir embora eu almejo e vejo

Tuas poucas palavras não posso escutar são consequências das vozes a me perturbar, preciso apagar
Minhas palavras, tão cheias de tanto, cobertas de pranto ficaram no tempo, no luar, na areia da praia pra depois apagar
Mais uma vez no deserto me encontro e não posso, não posso assumir a culpa, tua culpa, minha culpa
De toda paisagem que vejo, talvez apenas você seja verdade, felicidade, maldade... não é a mesma culpa, sempre será culpa

Um dia vou sair por aí, vou além dos meus pensamentos, buscar a terra onde possa fincar meus passos
Vou driblar o coração, a razão e aquele que me fez chorar, o que chamam amor, o que traz a cor
Não vou nem olhar pra trás, vou deixar esse passado descansar de mim e eu dele, pois já deixarei as amarras
Nada me prende, nem me solta só há voltas e voltas e me incomodam, mas o relógio vai me dar mais uma hora, outra hora, a que horas posso esquecer?


Ana Maria

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