Powered By Blogger

sábado, 13 de novembro de 2010

Uma Rua Sem Saída

Mar de isolamento, explosão de ilusões mergulhado estou no profundo silêncio
Assim se passa cada longo momento nesta cela da vida, minha prisão, sem luz nem paz
Condenado fui sem crime algum cometer, meus olhos apenas alcançam uma rua sem saída
Não posso fugir de mim mesmo proteger-me de cada pensamento, encontrar um lugar seguro

Memória viva, intensa angústia este é o reflexo das minhas lembranças em cada espelho de minha alma
Até quando estarei aqui? Sem poder nem lutar sublevando até que perca as forças que me restam
Que tempestade é esta que não se acalma? Que dia de revoltas e luz tão frágil que não cessa
Ávido é o meu coração impulsionando um sangue inquieto, descaminhado, apressado

Onde estás tu que não respondes aos meus chamados, que não ouves os gritos reprimidos do meu ser?
Por favor retorne! Traga-me as chaves que abrem estas portas onde aprisionado estou, deixe-me sair!
Não posso esperar que mais um dia amanheça e só o que eu veja da janela, seja uma rua sem saída
Toda a confusão que há em mim só irá se desfazer quando você me libertar deste mundo esquecido

Os versos que pra você eu fiz já estou cansada de ler e reler a cada dia, momento, segundo, hora
Esperando que você venha vou cantando na longa, fria e solitária madrugada:
Por favor! Venha me libertar das amarras que me prendem aqui, dos pensamentos sem salvação
Deste deserto, desta solidão íngreme, deste vazio, desta paixão que me domina

Por favor! Apenas me deixe esquecer esse tal passado que me atordoa e cansa os sentidos
Traga-me um pouco de alívio pra minha mente descansar e meu corpo poder se curar
Me assusta não poder te esquecer, por que eu não posso te esquecer? por que cultivo o que não quero?
Me diz então: o que fazer pra sair daqui mais rápido, por favor! Traga as chaves, só você as possui

Vou rompendo mais uma noite a cantar: Por favor! Solte o pássaro, ele precisa voar pra viver, preso assim morrerá
Solte-me deixe-me ir... você ainda me prende e sabe muito bem como... me prende e prende....
Liberte o pássaro, liberte-me... liberte, liberte, liberte... pra que você o prende se dele não cuida e não o quer?
Não lembre-se de mim, apenas liberte-me desta escuridão, solte o pássaro e  liberte-me dessa rua sem saída

Ana Maria

Nenhum comentário:

Postar um comentário