Vida, por que tanto assim me odeias, rejeitas e abates?
Minha vida é uma folha tão perdida na ventania que me destes
No caminho tantas pegadas, cada um traça o seu e vai
E quem não o fizer, apenas tropeça e cai
Lamentar o passado não conserta o presente, nem muda o futuro
Ninguém pode ver o céu de um quarto escuro
Vida, o que faço pra que alguma coisa dê certo?
Eu ando tanto nada encontro que possa me fazer sorrir, é tudo deserto
A minha casa é tão longe da vida, tudo tão distante
O que farei pra me mudar, pra sair deste longo instante?
Vida, por que puseste em mim frágeis sentimentos, este vazio, mornas cores?
Falta sabor, desejo, um pouco mais de luz, faltam amores
Vida, como posso não ser mais eu, nessa capa de um corpo sem vida?
Quando adormeço, logo o dia amanhece não sei onde buscar esperanças pra minha lida
Como enxergar o que não existe, ver a oportunidade de um dia melhor, se os dias são iguais?
Manter a fé firme, o pensamento íntegro, como farei? O que farei pra ter mais?
O mundo tá desabando e todo caos sobre mim pesa, todo caos é o que sobra
Sangue e lágrimas rolam no rosto, na vida, no rosto da vida, as lágrimas, o sangue, o sangue da vida cobra
Vida, por que a morte ronda a minha casa, as feridas me perseguem os braços?
Não consigo sonhar, meus passos insensatos sem laços, sem abraços
Ana Maria
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