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sábado, 2 de abril de 2011

Mais Uma Carta

Amor, é difícil dizer tudo o que eu sinto nesta humilde carta, trata-se apenas de um papel colorido
Letras alegres e sadias dançando, ao som das emoções de um coração outrora iludido
Ainda é muito cedo pra saber, se o o fruto maduro e atraente vale a pena morder
Será imensamente difícil, fazer aqui caber cada palavra pra assim te dizer...

No dia não é certo compreender quando o sol acordará, ou, se a lua repousará tranquila, entre suas nuvens num céu de outono febril
Há um jardim, sei que a ti pertence e as flores, são colhidas ao fim do dia, um dia em mil
Eu, mais que uma flor, fui o pássaro mais hábil a libertar suas asas, a borboleta que alçou um vôo para o distante
Vai chegar a hora de pousar em seu próprio ninho, indispensávelmente próximo ao mar, espere só mais um instante

Amor, meu peito já foi transbordante rio cristalino, intenso rumando você, atravessando toda fronteira que nos pudesse bloquear
Como acharei palavras que possam discernir, meus sonhos, dessa vida tão normal a qual passo-a-passo vivo a pensar
Jamais terá um tempo mais impossível e longe que o passado, carregando suas novas correntes, mesmo que ainda possa chover no presente
Sempre haverá, mesmo que não possamos ver, uma luz a brilhar e assim, nascerá um início novamente

Tantas cartas iguais a estas rasgaram as horas, chegaram até você infinitamente silenciosas
Todas precisavam de um descanso tranquilo na paz dos braços teus, desejando ter teus olhos, lendo tuas páginas atenciosas
Meu bem, todo amor sincero existirá eternamente, ainda que a morte nos tome pelas mãos, ainda que os caminhos separem-se, o amor ultrapassa a vida, a despedida e a dor
Mais deixa assim que tudo irá bem nos nossos passos, teremos abrigo em cada abraço, que em cada casa nos aguarda, velando por nosso amor

Ana Maria

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