Eu duvido, duvido que você ainda vai passar nesta mesma rua, eu duvido que ainda vais me ver
Me embaraço com teus passos, tua roupa machucada, sem jeito, teus olhos indagantes
Duvido que me esquecerás ainda este ano, ou em tantos outros que por aí virão, eu sei
Todos os beijos que um dia te dei, recheados de desejo, da força, de um sangue ofegante
Onde será que estive todo este tempo? perdido num universo chamado você, clamando por mim
E este universo inebriou-me, mas você nunca me permitiu dar um passo a mais, sim, eu queria brincar nos teus campos e teu universo ludibriou-me
Meu olhar percorre o presente baseando-se no passado, mas eu vejo o futuro, não o permito repetir-se
Dentro de mim só fica cada coisa que eu quiser que fique, simples assim, tavez exista um lugar pra você
Bem, eu acho que já está um pouco tarde, não tenho certeza se existe mesmo este lugar pra você
Nunca prometi que voltaria amanhã, tudo será igual quando amanhecer, só não será igual o que resta no meu coração
A solidão nunca me assustou, pego logo meu cobertor e vou sonhar, não quero que você me faça mais essa falta
A chuva nunca cairá no passado, será consequência do futuro, fruto dos mares revoltosos e calmos
Agora, reparte-se a realidade espalha seus pedaços no meu chão molhado de sons e cores nuca vistos nem ouvidos
Quero correr, cavar nos extremos na vida, um lugar pra poder morar, quero viver, quero ser
O que será de você aí do outro lado? Quem vai te cuidar tão bem quanto eu? E de mim quem cuidará?
Sem medos, contas quitadas, amarras quebradas, sobraram sorrisos e noites pra aproveitar, então eu vou lá
Ana Maria
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