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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Mande Dizer

Oi! Como é que está a vida deste outro lado do oceano?
Bem, acredito que... ou melhor, nem sei, o que sei de ti é tão pouco, velhas notícias de um ano
E o ano se vai distante, tudo leva, tudo cala, de vez em quando abala, ilude, desmascara
Eu não sei onde o tempo mora, onde ele ficou, onde parei, como segui e a resposta ta na cara

Mande dizer às vezes o que há de bom pra me contar
Dias de sol, de mar, da lua a brilhar, aquilo que te encanta o olhar
Mande dizer numa folha de papel, como é viver no carrosel, uma carta par avion, um e-mail emocionante
fala o que não pode calar, nem almeja o que não pode alcançar, tudo aqui é reinício constante

Ah! Mas o tempo passa não é? Nada é mais castigante que morrer à sombra do imortal nos dias frios, nas horas quantes
Na rapidez dos acontecimentos, logo todo fruto amadurecerá, toda rosa murchará tocados pelas serpentes
E se arrastarão pelos campos espalhando veneno e confusão em meio a tempestade de areia e tormento
Em dores intensas se contorce o peito, no coração circula um sangue vibrante de sentimento

Mande dizer às vezes o que há de bom pra me contar
Os sorrisos, os sonhos e como é despertar de todo amor que depois vai acabar
Mande dizer pelo lindo pássaro que te enviei, se é bonita a canção que eu criei, esquecida a tanto tempo
Quem sabe seja apenas mais uma canção, daquelas que a gente canta pra sair da escuridão, pra sentir o vento

O bom mesmo é viver cada momento, neste lado da cá existe bem mais que um oceano, eu vi
Além de ver também pude sentir, cada coisa toma seu lugar, o riso, a gota, o chão, a chuva, acho que eu li
Um dia dá o lugar a outro, as nuvens não são as mesmas, o chão é moldado pelos passos de cada um
Mas a vida é bela, é feia, azeda, doce, vai depender dos olhos, do paladar e de cada sentido, do que há de comum

Mande dizer às vezes o que há de bom pra me contar
Das viagens que fez e que um dia fará, da camisa, do conto, da vida, da história que virá, daquilo que se pode amar
Daquele livro que leu, me conte de suas páginas ilusórias, fale do amor e também das memórias
Mande dizer sobre a nova casa que contruíu, sobre o presente que eu mandei, o presente sobre a mesa, sob a luz das histórias

Ana Maria

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