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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Fábula?

Ando me sentindo meio só, metade sem jeito, meio sem meio
Minha voz, meu pecado, grito até que seja silêncio o que se possa ouvir, me odeio
As ruas passam e rápido se vão os passos que me querem levar
O outro lado me seduz, me convence que logo logo tenho que a mim buscar

Sigo tentando esquecer esse maldito pensamento que me invade sem permissão
Será que depois de todo julgamento, minha sentença ainda terá perdão?
Pra que? Me pergunto pra que me incomodar assim com você e em saber...
Cê ta aí numa melhor que eu, pra que replantar você no meu jardim sem você querer?

Eu já deixei de crer nessa fábula a quem chamam amor, pra mim é hipocrisia, não é pra mim
Os casais a minha frente de mãos dadas, olho, penso sei que sempre acaba é assim
E mais uma vez eu penso que não é pra mim não sonho, nem espero que um dia aconteça
Todos os "amores" que de mim se aproximam logo arranjam um jeito de ir nessa e... desapareça

Pra que ter esperanças, criar o que não existe, sofrer, se sei que tudo isso vai ficar...
No passado que é a moradia deles... Perdidos no tempo e no espaço, apenas... Pra que amar?
Não quero que me destruam o jardim que tantos dias passo, cuidando, regando...
Pra que ficar com essa saudade que não passa, de alguém que nunca terei?

E se foi como o vento que viaja os quatro cantos da terra, pra que te amar?
Meu coração já não quer mais se ferir... Os pedaços se unem aos poucos, pra que pensar?
Pra que ter alguém do meu lado se sei que não poderei? Se sei que se vão mesmo que eu queira que fiquem...
Não adianta sei que as mãos dadas um dia irão separar-se cada um em sua direção, um com quem outro sem

E eu que ando buscando as coisas erradas de forma tão errada... É automático, é impensado...
Não faz sentido... O que dirão de mim, ao saber que não creio no amor a dois?
Nem me interessa mais, digam o que quiser... Só quero seguir o caminho melhor pra mim...
Já não dá pra pensar em alguém que nem lembra de mim, vou feliz enquanto seja assim....

Ana Maria

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