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sábado, 23 de outubro de 2010

Contradições

Fim de tarde, o sol já partiu, nuvens escuras rodeando o céu parecem anunciar uma nova chuva
E assim como os pássaros sabem que é a hora de voltar pra casa, eu também sei, sim eu sei
O vento carrega-me as folhas secas que caem de minha alma, hoje secas, mas seus momentos um dia já foram verdes
A chuva antes anunciada já passou, como tudo um dia passa, mas deixa seus vestígios, se constrói, reconstrói, se destrói, passa

Toda a luz de um dia não pôde iluminar-me, meu coração é apenas consequência de uma vida, não é mais parte da causa
As catástrofes não me assustam tanto quanto àquelas realizadas pelos infelizes que pensam saber, mas nada sabem
Haverá neste mundo espaço para as mãos, as mentes, as palavras, as mentiras e verdades?
O que sobrará então, pra mim e pra você hoje: um pouco mais, um pouco menos, o mesmo ou nada?

Vai saber o que nos aguarda amanhã ou quem sabe daqui a um segundo
Talvez bem menos que um segundo e o mar tudo leva, a agonia, a vida, a água
Sinto meu corpo inteiro desequilibrar-se quando as pequenas ondas tocam-me os pés, mas não caio ainda
As lembranças passeiam em minha mente, como o lobo observa sua presa, tão frágil e se delicia esperando o momento certo de atacá-la

Tanta luta, revirados o quarto e os sentimentos, ainda falta alguma coisa, sei que falta, onde em mim se encontra essa falta?
Me conceda mais um dia pra que eu possa entender esse meu medo de deixar, de reiniciar, de procurar
Mas não é melhor que o dia me conceda então, uma porção a mais de mim?
Ou será que não, talvez não precise tanto de mim, nem de você, talvez precise tão somente não precisar

Ana Maria

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