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sábado, 30 de outubro de 2010

Final Infeliz

Olhos fechados, joelhos dobrados, assim inicio minhas intercessões cotidianas
Peço a Deus não mais te enxergar, ainda que seja no escuro, nem no próximo minuto
Mas teimosas são as lembranças que me perseguem, onde quer que eu vá me dominam
Por qual motivo? Interrogo a mim mesma... Por que você não vai embora de mim?

São milhões de indagações indo e vindo na minha mente, sigo tentando entender a razão de tudo isto
O que mais me atordoa, me assusta é não conseguir esquecer e o esforço que faço debilita-me as emoções
Quanto mais eu tento, mas se fortalece e cresce, o que vou fazer agora? No entanto eu sei do desconhecido
Onde se deposita os amores perdidos e em que céu poderei abandonar esta estrela? Eu espero poder alcançar

Meu pequeno sonho, já não há remédio que me acalme, nem lugares seguros em que não estejas
Lugar onde eu possa me esconder de cada recordação, onde nenhum desejo me beije e emoções não me abracem
Oh sublime Deus! Me dê uma direção, essa é minha oração mais forte, dê-me um norte, me dê sorte
Estou tão cansada, da janelinha de minha casa vejo os relógios batendo cada segundo, me vejo cada vez mais longe

Então eu penso... Será que a distância era mesmo o que eu queria? Ah! Nem adianta mais saber, se foi, final infeliz
Meu Deus! encerrou-se mais um dia, minha luta de hoje já findou, agora os fantasmas me aparecem encenando-me ilusões, me envolvendo em tentações
Já não posso reagir, me proteger de você, me encontro então, totalmente vulnerável aos desejos impossíveis
Queria poder estar com você neste momento, esquecer de tudo que motivou esse inverno, ou quem sabe permanecer apenas no silêncio

Ana Maria

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