Essa minha confusão

Minha confusão às vezes pode ser bem arranjada, me vejo na claridade de um dia chuvoso
No espelho, conversando com o oculto de meus próprios pensamentos, evitando a queda
Cantando bem alto, pra quem sabe que possa ouvir a mim mesmo, pra ouvir a minha voz
Pra esquecer a voz que grita suavemente, o que não quero procurar dentro de mim, não quero

Respiro as mesmas perguntas sem respostas, que respeitem meus desejos, essas respostas que não me respeitam!
Me dê um dia ou dois, mergulhar em si mesmo não é fácil, é o mesmo que encontrar águas novas, na mesma imensidão do velho mar
É tão fácil perder-se na imensidão de ser, é profundo e tão complexo como a existência, sou inexplicável
Há algo que só existe na mente, será que apenas deveria morar por lá? Abrir a casa pra um desconhecido é esquisito

Me diga, onde vamos e de que horas posso voltar, quem sabe agora, eu não queira voltar
Não acha tarde, não acha que a tarde foi-se hoje mais rápido? Por isso eu não te acho em lugar algum
Antes, acho que preciso me encontrar, tudo isso tem me deixado tonta, deixa amanhã eu quero apenas acordar
O silêncio parece uma boa opção quando as palavras vacilam, e todo som, torna-se tão alto a ponto de não mais ser ouvido

Sim, já não sei se o caminho, que tracei é o que devo seguir, talvez eu precise não pensar
Nem procurar as páginas do livro que já foram lidas e compreendidas, recomeçar nem sempre é positivo
Melhor mesmo é começar, nada melhor como um começo novo, sim, agora longe, longe mais perto de mim
Fechar a porta, quando os gritos do passado, invadirem meus pensamentos, e os desejos dominarem meu corpo

Sair por aí e viver o que a vida pode me trazer, talvez eu tenha fechado os olhos e não tenha visto
Não tenha visto que a vida sempre pode ser mais, eu jamais serei a mesma, se eu mudar este relógio
Sei que há em algum lugar um motivo pra amar e pra estar, um novo dia lentamente atravessando outro dia
E eu vou, sem me preocupar com algumas coisas que ficaram lá atrás, eu apenas vou, apenas vôo

Ana Maria