Medo, Dúvida, Medo

Tenho medo de abrir esta porta e, talvez encontrar o que eu não quero ver, aquilo que não preciso saber
Quem saberá onde caminham os passos longos, largos, longíquos, onde vão os passos, onde vão
Isso nem mais se assemelha a uma indagação, ou pode ser o que restou de uma resposta imprecisa
Não se sabe, não se conta com o passado pra nada mais além de lembranças, ninguém conta, nem desconta

De tão pouco eu sei, que já nem sei o que é um pouco, vai além de expectativas, vai muito mais além
Meus olhos verão tudo isso mudar? Será que um dia poderá mudar? Toda transformação exigirá e exigirá
Não adianta fugir de um desejo, que é fogo consumidor, calmamente agora tudo consome e segue
Acompanha-me num instante, eu passo a não ser mais o que deveria, jamais exitirá perdão suficiente

O que fazer, quando neste exato momento procurar o que fazer seria a melhor opção
Quais opções sobram pra este destino, pra este universo, se orbitando ao seu redor está este sol?
Não é assim, tão fácil a atraente opção de se ter a liberdade de poder realamente ser livre
Quero ser boa lembrança, ser um peixe deste mar, sem medo de se perder, descobrindo a encantadora beleza dos oceanos, sim dos oceanos nunca tocados

Eu, pássaro, asas abertas pronto a voar sem destino e apenas voar, sem correntes, nem pressa de chegar
Ser amigo do tempo, amante das rosas, esquecer o tanto que esta vida, pode trazer de dor
Celebrar e apenas celebrar, fazer os pequenos momentos eternos na memória da vida e do tempo
Mas a vida sempre pode ser mais, mais intensa, viva e eficaz, mais verde, ou um pouco mais em paz

Mesmo assim esse medo associado a alegria de uma volta apodera-se de mim, coloca-me frente a confusão
Confusão, sim, um turbilhão de novas ideias, de novidades, antes nunca imaginadas, nunca
Onde esclarecer-se-á, minhas dúvidas tão intensas, chego até a pensar, ser melhor não mais duvidar
Mas como duvidar, às vezes pode ser melhor que decidir, totalmente errado, insano e um pouco mais impreciso, sempre um pouco mais

Ana Maria